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domingo, 11 de novembro de 2012

Paleomagnetismo e Expansão dos fundos oceânicos

Quando em 1912, Wegener propôs a hipótese da deriva dos continentes, desde logo teve uma feroz oposição por parte dos geofísicos, uma vez que, segundo eles, não existiam forças com capacidade suficiente que justificassem o movimento de enormes massas continentais. No entanto, foram os dados oriundos da geofísica que mais tarde vieram apoiar os argumentos de Wegener.
                              Fig 1. Campo Magnético Terrestre

 O campo magnético terrestre pode apresentar variações num curto período de tempo que podem fazer variar os valores da intensidade, declinação e inclinação magnética. Em relação aos valores teóricos, estes podem apresentar grandes desvios. Por exemplo, a presença de jazigos de ferro pode fazer aumentar significativamente os valores do campo magnético num dado local originando-se uma anomalia. As anomalias podem classificar-se:

  • Positiva - apresentam um valor maior relativamente ao valor médio da região;
  • Negativa - quando o valor obtido é menor que o valor esperado;
Ao longo do tempo geológico ocorreram variações muito significativas no campo magnético terrestre, com inversões completas da sua polaridade.

O paleomagnetismo procura determinar a direcção do vector do campo geomagnético existente na altura da formação de uma determinada rocha cujos materiais são sensiveis a esse campo magnético.
  •       Consegue-se realizar leituras paleomagnéticas no fundo oceânico, pois este é constituido por basalto, uma rocha com magnetite, um mineral altemente magnético.
       Determinações realizadas com o auxílio de magnetómetros muito precisos, feitas perpendicularmente aos eixos das dorsais, mostravam a presença de zonas onde as medições do campo magnético apresentavam valores muito elevados (anomalias positivas) e zonas onde esse registo é muito mais fraco (anomalias negativas). Estas bandas com o registo das anomalias são paralelas e simétricas em relação ao eixo da dorsal.

Desta forma, foi possível identificar um grupo de rochas dos fundos oceânicos que apresentavam polaridade normal, uma vez que os minerais magnéticos da rocha tinham uma magnetização normal, isto é, com a direcção de magnetização semelhante à do campo magnético actual da Terra. O outro apresentava uma polaridade inversa, indicando um alinhamento oposto ao que seria produzido pelo campo magnético actual da Terra. A análise deste tipo de evidências levou a admitir que periodicamente, ao longo do tempo geológico, ocorriam inversões de polaridade da direcção do campo magnético terrestre. Podemos observar, na seguinte imagem, algumas inversões na polaridade do campo magnético terrestre:


Suma: os fundos oceânicos apresentavam assim um padrão de anomalias magnéticas simétricas em realção às cristas oceânicas. Estas anomalias são marcadas por bandas, apresentado uma magnetização normal e inversa, com idades crescentes a partir das cristas dos riftes.


 A hipótese da expansão dos fundos oceânicos foi suportada por diversas linhas da evidência:

• Perto da crista da dorsal, as rochas são muito novas e tornam-se progressivamente mais velhas, à medida que se encontram mais afastadas dessa zona;
• As rochas mais recentes, junto à crista, apresentam polaridade normal, isto é, de acordo com o campo magnético actual;
• Os blocos rochosos dispostos paralelamente e de forma simétrica em relação à crista da dorsal alternam na polaridade magnética (normal--inversa-normal...), sugerindo que o campo magnético da Terra inverte periodicamente a polaridade ao longo do tempo geológico.

                                           Modelo Expansão dos Fundos Oceânicos

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